sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sansão e a sedução da cultura

Roger Ellsworth

(Autor, Pastor de uma igreja da Convenção Batista do Sul, nos Estados Unidos. Preletor da XV Conferência Fiel – 1999)

FICHAMENTO


 Nossa palavra sedução vem do latim “sudecere”, que literalmente significa “levar para o lado”. Este vocábulo possui uma conotação negativa, ou seja, implica em que alguém é levado para o lado, afastando-se de uma coisa boa e correta pra algo vil e inferior. Em outras palavras, não significa apenas ser levado para o lado, mas também “ser desencaminhado”.
Não somos capazes de pensar muito sobre alguém que foi seduzido, sem que Sansão nos venha à mente. Ele foi o grande “seduzido” de todos os tempos. [...]
Sansão foi chamado para ser um especial instrumento de Deus, em um tempo quando todo o povo de Deus fora seduzido pela cultura dos filisteus. Na época dos juízes, a nação de Israel se encontrou oprimida por seus ímpios e cruéis vizinhos, em várias ocasiões. Mas, em cada instância, “os filhos de Israel clamaram ao SENHOR” (Jz 3.9,15) 4.3; 6.6-7; 10.10). Quando chegaram ao período em que os filisteus tinham a supremacia sobre Israel, não lemos nada afirmando que o povo clamou a Deus.

Esse foi o ambiente em que Deus chamou Sansão [...] Sansão seria o instrumento de Deus para despertar seu povo e convocá-lo a abandonar a paixão pela cultura filistéia. [...]
Por ter sido dotado com uma força super-humana, Sansão foi, por muito tempo, um poderoso e eficiente instrumento nas mãos de Deus. Enquanto lemos o relato de sua vida, encontramos este refrão: “O Espírito do SENHOR de tal maneira se apossou dele” (Jz14. 6,19; 15.14) [...] Seu cabelo era o símbolo de sua força física e sua consagração a Deus, mas a fonte de sua força era o Espírito de Deus. James B. Jordam afirmou: “Não havia qualquer vinculo mágico entre a força e o cabelo de Sansão, mas havia uma conexão espiritual no fato de que Deus outorga força àqueles que são dedicados a Ele; e, no caso de Sansão, sua cabeça dedicada era o sinal de sua separação para Deus.”

Então, Dalila apareceu no cenário da história. Muitos pensam que era uma filistéia; outros imaginam ter sido uma israelita apóstata. A Bíblia não diz. Uma coisa é certa: ela era uma filistéia em seu coração; e mostrou-se tão identificada com os filisteus, que poderia ser contada com um membro deste povo.
[...] Ela deveria, em troca de uma boa quantia de dinheiro, descobrir a fonte da força de Sansão, enquanto os príncipes filisteus estariam escondidos em um quarto. No momento oportuno, eles sairiam e dominariam Sansão. Quando os filhos de Deus aprenderão que sempre existem inimigos escondidos por perto, esperando uma oportunidade de fraqueza, afim de que entrem em cena e causem destruição?
Três vezes Dalila pediu a Sansão que revelasse a fonte de sua força. Três vezes Sansão deu-lhe uma resposta mentirosa. [...]
Finalmente, Dalila importunou Sansão além de sua capacidade de suportar; e revelou a verdadeira fonte de sua força. Quando ele dormiu, ela cortou suas longas tranças, e os filisteus vieram e o levaram preso.

[...] Porque, após se tornar óbvio o que Dalila pretendia, Sansão continuou até que ela o viu falando a respeito da fonte de sua força? [...] Nisto percebemos a fragilidade da natureza humana. Isto não é verdade apenas no que se refere a Sansão; também é verdade no que diz respeito a todos nós. Ficamos enamorados de coisas que sabemos que nos destruirão. Quantas vezes você foi abrasado pelo pecado e se voltava para ele. [...]
Sansão pagou um terrível preço por sua tolice. Os filisteus lhe vazaram os olhos e puseram-no a virar um moinho, no cárcere. [...]

A vitória dos filisteus teve pouca duração. Enquanto Sansão trilhava grão, seu cabelo cresceu e, com ele, o arrependimento. Quando os filisteus trouxeram Sansão a um de seus festivais repleto de bebedice, a força Sansão retornou ao ponto em que ele foi capaz de derrubar as colunas do edifício, matando a si mesmo e os filisteus.

Sansão é uma figura muito apropriada da igreja contemporânea. À semelhança dele, fomos chamados a influenciar nossa cultura, para Cristo. Fomos chamados para ser o sal que ameniza a degeneração moral do reino dos homens e a luz que mostra o caminho para o reino de Deus.


Fomos chamados a influenciar
     nossa cultura, para Cristo.

Fonte: Extraído do livro Fé para Hoje (Revistas 1 a 8) (Páginas 30 a 32)
As figuras foram acrescentadas...